O verdadeiro homem de bem é aquele que faz a outrem aquilo que queria que os outros lhe fizessem.

"Não existe ensinamento que melhor expresse os ensinamentos do Cristo, do que a máxima: Amai-vos uns aos outros, assim como Eu vos amei".

Chico Xavier


Incomodados, mas também incômodos...

Por muitas vezes, reclamamos, queixamo-nos de alguém, em virtude de estarmos descontentes, incomodados com aquela pessoa, e este desconforto vai aumentando diariamente, fazendo com que qualquer coisa naquela pessoa seja o suficiente para gerar irritação e maledicência de nossa parte. Mas, embebidos em nosso viscoso orgulho, ignoramos o fato de que também podemos estar sendo incômodos aos outros, podendo estar incomodando, inclusive, aquela pessoa que acreditamos que está nos incomodando.
A Dna. Maria José, do Centro Espírita que frequento, usou um sábio exemplo para ilustrar isto:
"Uma mulher, ao aguardar seu vôo no aeroporto, decidiu comprar um livro para ler enquanto esperava. E junto com o livro, comprou também um pacote de biscoitos. Sentou-se e começou à ler o livro e comer os biscoitos, quando, para sua surpresa, o homem que estava sentado ao seu lado, pegou um dos biscoitos e comeu, sem pedir, sem nenhuma cerimônia. A mulher então, pensou: "-Mas que absurdo! Que sujeito cara de pau!!!". Mas preferiu ficar quieta.
Ao pegar mais um dos biscoitos, o homem fez a mesma coisa. A mulher pensou: "-Não acredito no que estou vendo!" . Mas preferiu continuar calada. A atitude daquele homem não mudou, e o mesmo prosseguiu pegando os biscoitos até que só um sobrasse no pacote. Quando, para surpresa da mulher, o homem pegou aquele último biscoito. Pronto. Foi a gota d'água. A mulher, indignada, para não dar uns belos sopapos naquele homem, decidiu levantar-se e ir embora. Foi quando, ao guardar o seu livro na sua bolsa, vê que o pacote de biscoitos que comprara, estava ali, fechadinho, intacto. A mulher é que estava comendo os biscoitos daquele homem.
Este exemplo reflete o quanto podemos estar equivocados quando nos colocamos a criticar os outros, a nos sentir "invadidos" pelos outros. Talvez devamos ser mais criticados do que os outros. Talvez sejamos mais invasivos do que os outros. É que nosso orgulho insiste em fazer-nos pensar que somos "a última bolacha do pacote", mas, se sentimo-nos incomodados, podemos ter certeza de que, de alguma maneira, incomodamos também. 

Fidelidade...

Há algum tempo atrás, estava folhando uma revista quando me deparei com uma matéria, com o seguinte título: "Fidelidade vale a pena?". De imediato, a resposta já estava pronta na minha mente e em meu coração: "Ora essa, mas é claro que vale a pena!!!". Nesta época, eu ainda nem havia conhecido minha esposa.
Tomando como exemplo um homem e uma mulher, havemos de convir que, antes de firmar qualquer relacionamento entre si, devem ser fiéis, primeiro, cada um para consigo mesmos, pois só assim é que conseguirão ser fiéis para com o outro. A fidelidade para com o companheiro ou companheira só realmente existirá se existir a fidelidade para consigo próprio, pois há a necessidade de sermos sinceros para com nós mesmos, verdadeiros para com nós mesmos, para que tenhamos então convicção sobre o que sentimos e pensamos, e, só a partir daí, possamos ser fiéis para com os outros.
Modéstia à parte, orgulho-me em dizer que nunca traí ninguém. Nenhuma das pessoas que estive junto e, muito menos minha esposa, que é a mulher da minha vida. Sei que, nada mais é do que minha obrigação, mas realmente, nunca senti vontade de trair. E, acho que, por nunca ter sentido esta vontade, nunca tive também "oportunidade" para tal, pois acredito que, os propensos à este comportamento acabam por atrair esta situação. Amo minha esposa, como nunca amei ninguém, e, se a traísse, estaria sendo infiel, antes de tudo, para comigo mesmo, com relação ao amor incondicional que sinto por ela.
Relacionamentos devem ser formados alicerçados em respeito e companheirismo constante, além de prestatividade mútua e amizade. Um relacionamento vai muito além de qualquer materialismo, interesse ou mesmo atração carnal: é a soma de sentimentos nobres, que resulta no amor reciproco e verdadeiro.
Na traição, sentimentos inteiros são destruídos. Corações são despedaçados de maneira irreversível. Tudo por alguns momentos de "prazer", errôneamente encontrados em outra pessoa. É a valorização de um dito popular equivocado: "A carne é fraca". Contudo, a carne é fraca única e exclusivamente se o sentimento e o desrespeito inexistirem.
Além disso, é grande o número de espíritos que aproveitam-se para vampirizar energias e sensações da situação da traição. Espíritos simpáticos à traição, ao adultério, que, ainda sentem necessidade disso mesmo após desencarnar. Espíritos sedentos por promiscuidade e obscenidades, influenciam os incautos e absorvem suas energias após conseguir induzí-los ao erro.
Fidelidade vale a pena sim, pois é através dela que tornamo-nos dignos de receber os sentimentos da outra pessoa. É através dela que o amor se fortalece, em um crescente sem fim, baseado em cumplicidade e companheirismo. É através da fidelidade que mostramos, sem dizer uma só palavra, o tamanho, a força e a sinceridade do amor que sentimos.
Fidelidade para com a pessoa amada, é fidelidade ao nosso amor próprio. Sejamos então, fiéis com nosso amor próprio.